quinta-feira, 5 de outubro de 2017

”O bife nosso de cada dia”

”A discussão sobre alterações legais no que se refere aos animais domésticos, seja com relação a sua definição jurídica, direitos, criminalização contra prática de maus tratos, é tão recorrente nos dias de hoje que não surpreende nem mesmo pessoas que não se dedicam à proteção animal. Isto porque, segundo estatísticas de 2015, cerca de 44% das residências do país possui ao menos um cão, resultando em cerca de 52 milhões de cães e 22 milhões de gatos.
Certamente esta proximidade com o ser humano os coloca em posição como membros da família, gerando uma empatia tal que qualquer tipo de notícia veiculando o sofrimento ou maus tratos a eles imputados causa enorme comoção em nossa sociedade.
Já com relação aos animais de abate a situação é totalmente diversa. Poucas são as pessoas que se preocupam com o tamanho sofrimento trazido com o “bife nosso de cada dia” ou com o copo de leite do café da manhã.
O consumo de alimentos de origem animal pela maioria esmagadora da população, aliado ao lucro que a empresa pecuarista obtém anualmente, criou uma indústria poderosa e maquiada pela propaganda de que os animais de produção vivem e morrem felizes para servir de alimentação ao homem.

Com isto, a dissociação gerada entre o boi no pasto e a carne no prato, faz com que a criança, que naturalmente nasce compassiva com TODOS os animais, passe a ESCOLHER aqueles que come: nasce assim o especismo, e a partir de então o homem, em sua suposta superioridade, passa a mostrar-se indiferente com o leitãozinho com a maçã na boca, com o frango assado de domingo, mas mostra-se indignado e acusador ao saber que na China come-se cães.
Temos muito a trilhar para verdadeiramente comemorar o dia 04 de outubro como o “Dia Mundial dos Animais”. Talvez, como diria, Paul McCartney, “quando os matadouros tiverem paredes de vidro”.

Opinião do Vereador Cesar Rocha, de Valinhos-SP

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